O blog

Este blog foi criado em 2008 para a postagem das minhas colunas que eram publicadas no Infomoney e no extinto A Cidade.
Atualmente publico no jornal O Pinhalense e no site O Financista.
Aproveitem!


terça-feira, 30 de novembro de 2010

Pior lugar para se investir

Coluna publicada no A Cidade, em 27 de novembro de 2010

Pior lugar para se investir. É este o recado que a administração de Espírito Santo do Pinhal pode estar passando ao mercado ao subsidiar de forma pontual e aparentemente arbitrária algumas empresas e projetos que aqui estão ou que aqui pretendem se instalar.

Estes subsídios são geralmente sob a forma de auxílio aluguel e até de repasse de bens imóveis sem quaisquer ônus aos empreendedores, o que tem sido mais comum recentemente. Eles seriam plenamente justificados num ambiente de recessão econômica e ainda assim deveriam ser temporários. Ou se seguissem uma política de desenvolvimento municipal transparente e planejada, que não é o caso. Em um momento de economia aquecida, como o atual, se uma empresa só se interessa em investir na cidade sob esta condição de concessão de benefícios é porque algo de errado tem por aqui.

Se o subsídio não é uma condição para o investimento ou permanência da empresa, então ele não é necessário e os recursos do município estão sendo mal alocados. Se o subsídio é uma condição para a instalação da empresa, num momento de aquecimento econômico, isto é um indício que a empresa é pouco rentável e competitiva e não deveria ser de interesse da administração sustentar empresas ineficientes. Ou a empresa é até rentável, mas exige um prêmio pelo fato de o investimento ter que ser em Pinhal. Que seria a tese do pior lugar para se investir.

Em economia dizemos que as atitudes carregam informações nem sempre visíveis e nem sempre verdadeiras. É a chamada sinalização. Se um profissional em busca de emprego possui mestrado, ele sinaliza a um recrutador que ele é melhor que seu concorrente que não possui mestrado. Na prática, pode ser justamente o contrário.

Ao dar subsídios para empresas, a Prefeitura sinaliza que: não sabe aplicar seus recursos; ou só beneficia empresas pouco eficientes; ou Pinhal não é um bom lugar para se investir —a ponto de ter que literalmente pagar para empreendedores investirem por aqui.

Neste último caso, o problema pode ser solucionado. Um primeiro passo seria um estudo de diagnóstico do ambiente de negócios da cidade. Deste estudo sairiam os objetivos estratégicos, as vantagens e fraquezas do município e planos de ação para contornar estas deficiências e potencializar ou dar publicidade para as vantagens. O segundo passo, por mais óbvio que pareça, seria pôr em prática este plano de ação buscando atingir os objetivos delineados no primeiro passo. Planejamento é isto. Para tanto, são necessários engajamento e investimentos da administração. Mas os recursos, principalmente os financeiros, aparentemente não faltam.

sábado, 23 de outubro de 2010

Vergonha de Trabalhar

Coluna publicada no A Cidade, em 16 de outubro de 2010

Pela metodologia do IBGE, entre outras, existem duas condições para uma pessoa ser considerada desempregada: a primeira, mais óbvia, ela não deve possuir um emprego regular; e a segunda, ela tem de estar procurando um emprego para entrar na estatística.

Por estes dois critérios, Pinhal deve gozar de uma taxa de desemprego baixa. Infelizmente, mais devido ao segundo critério. Quando estou na cidade, impressiono-me com as histórias que me contam de pessoas que possuem aversão ao trabalho, que não se esforçam para conseguir um emprego e ficam esperando sentadas as melhores oportunidades baterem à porta para, quem sabe, avaliá-las.

Em dezembro de 2005, o antigo dono do bar A Pauliceia concedeu uma entrevista a este jornal, na qual ele foi questionado sobre como era dirigir o empreendimento. Provavelmente esperando palavras que mostrassem sentimentos de orgulho ou alegria, o jornalista deve ter se surpreendido com a sinceridade daquele senhor que, ao responder, descreveu a dificuldade que tinha para atrair e reter seus colaboradores. Foi taxativo: pinhalense não gosta e tem vergonha de trabalhar. E, para exemplificar, ele citou que em nove anos no comando do bar, até então, teve de recrutar mais de 150 pessoas de tão alta que era a rotatividade em seu quadro de funcionários.

A cidade daria um bom estudo de caso para a linha de pesquisa dos vencedores do prêmio Nobel de economia deste ano. Os pesquisadores Peter Diamond, Dale Mortensen e Christopher Pissarides conquistaram o prêmio ao estudar os desequilíbrios nos mercados de trabalho que provocam situações paradoxais como a existência de ofertas de emprego em locais onde sabidamente existem pessoas sem emprego que se qualificariam para as vagas em aberto.

Segundo os economistas, isto é devido às chamadas fricções no mercado, que são criadas pelo fato de ambos os lados da equação —ofertante e demandante— terem de investir recursos e tempo no processo de preenchimento ou procura de uma vaga.

Eles também indicam questões estruturais e institucionais como fatores destes desequilíbrios, entre os quais uma política de seguro-desemprego. Os pesquisadores demonstram que quanto maiores forem os benefícios do seguro- desemprego, mais tempo se leva para um empregador conseguir contratar um funcionário. Ou seja, menores são os incentivos para os “trabalhadores” saírem à procura de um emprego.

Questões culturais, embora sejam de difícil mensuração, também entram no rol das variáveis institucionais que causam desequilíbrios no mercado de trabalho. As fricções do mercado de trabalho pinhalense devem ser desta natureza. As causas destes traços culturais devem ser mais bem estudadas.

Hipóteses: alguma herança aristocrata e a presença de maus exemplos na sociedade —pessoas que parecem ser bem de vida sem nunca terem se esforçado, ou pessoas que são bem de vida, sem parecer que se esforçam para tanto.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Planos Improváveis

Coluna publicada no A Cidade, em 11 de setembro de 2010

Semana passada estive em Pinhal e fui à lotérica apostar no maior prêmio da mega-sena do ano. Ao apostar, é inevitável fazer planos do que fazer com o prêmio caso a gente ganhe.Imagino que quase todo mundo faz isso, até quem não aposta. Enquanto esperava na fila, porém, comecei a ler o verso do bilhete, que tratou de me lembrar de que minha probabilidade de acertar as seis dezenas era de 1 em 50 milhões. Que baque.
Trazido novamente à Terra e ao mundo real de uma fila de lotérica que parecia não andar, quase desisti de apostar. Porém, como já havia decorado os números de minha aposta, já havia me tornado refém deles e não conseguiria deixar de fazer a aposta. Perder a mega-sena não gera frustração. Frustrante é saber que você deixou de ganhar a mega-sena.
Decidido pela aposta, resolvi, porém, ser mais cauteloso em meus planos. Afinal, acertar a combinação do jogo é um evento tão improvável quanto —se não mais— o de você ser atingido na cabeça por um relâmpago no meio da rua.
Ou seja, se vamos fazer planos futuros que envolvam eventos tão improváveis como ganhar a mega-sena, é razoável supor —e deveríamos ao menos considerar— que no caminho nos depararemos com outra sorte de eventos menos improváveis, como um raio na cabeça ou um terremoto em Pinhal... Talvez seja por isso que muitos morremos sem nunca ganhar na loteria. Triste, mas verdadeiro.

O novo estado brasileiro

Reportagem da última semana de Veja sobre o aparelhamento do estado e o acompanhamento da mídia, nas últimas semanas, do caso da quebra de sigilo fiscal de membros da oposição estão trazendo alguns depoimentos de juristas e cientistas políticos que alegam que esses episódios representam uma ameaça ao estado democrático de direito do Brasil. Considero um absurdo pensar dessa forma. Não existe mais ameaça. O estado democrático já foi tomado de assalto há pelo menos cinco anos. Tampouco existe crise institucional, pois as instituições funcionam, mas com um desvio de finalidade. Não servem mais à democracia, mas ao partido/governo.
O governo atual soube confundir ao menos três quartos da população que democracia é crescimento econômico com distribuição de renda e ponto. No demais, nada importa e não amolem, por favor.Outros eventos de corrupção, patrocinados pelo governo ou não, só contribuem para a indiferença e anestesia da população. Enquanto estivermos com emprego e/ou ganhando bolsa, por que vamos reclamar, né? Triste, mas verdadeiro.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mais Lixo

Coluna publicada no A Cidade, em 17 de Julho de 2010

Pinhal que é uma cidade cheia de ineditismos deve estar prestes a lançar uma campanha peculiar. O lema será: “Não jogue o lixo no lixo”. Trata-se de uma campanha para se parar de utilizar os cestos de lixo instalados recentemente nas principais ruas da cidade.

Os cestos, além de possuírem um padrão estético questionável, primam pela funcionalidade quase nula. Primeiro porque cestos vazados daquela maneira não possuem capacidade de reter todo tipo de lixo jogado neles, causando uma sujeira direta na rua. Por isso, na prática, os lixos se transformaram na maneira consciente e educada de se jogar lixo na rua.

Em segundo, os cestos provam ser pouco práticos para a coleta dos resíduos que conseguem ser retidos por eles – ou se equilibrarem sobre eles. Eles não possuem sacos ou qualquer tipo de mecanismo que gire o cesto para que o lixo caia sobre os cestos dos coletores. Ou seja, eles diminuem sobremaneira a eficiência dos trabalhadores da coleta de lixo do município que tiveram que passar a se dedicar um maior tempo para o recolhimento do lixo dos cestos prejudicando o tempo dedicado a limpeza de outros lugares do município.

No limite, por mais contraditório que pareça, os novos cestos de lixo estão deixando as ruas da cidade mais sujas. E quanto mais forem instalados, mais suja a cidade ficará. As pessoas na presença do cesto sentem-se incentivadas a jogar com maior freqüência e maior volume seus lixos nestes cestos da rua. Mas o cesto não é de boa qualidade, não retém o lixo, que acaba voltando direto pra rua ao cair do cesto. O lixo que consegue permanecer no cesto é coletado por funcionários dedicados a isso, mas eles perdem muito tempo com essa coleta destes novos lixos e, por isso, deixam de varrer algumas ruas (inclusive aquela abaixo do cesto) ou as varrem de forma mais rápida e menos eficiente deixando alguma sujeira sem ser limpa.

No final do dia, as ruas ficam mais sujas gerando a necessidade (i) de se contratar mais servidores para a coleta, o que também é ineficiente do ponto de vista fiscal da prefeitura; (ii) ou de remover os novos cestos (quem autorizou a instalação deles em primeiro lugar?) substituindo-os por outros mais eficientes como aqueles de plástico anteriormente instalados; (iii) ou de se iniciar a campanha citada no início da coluna. Por favor, não utilizem os novos cestos.

Crime Compensa?

Coluna publicada no A Cidade, em 3 de Julho de 2010

Sim. Do ponto de vista econômico, o crime é compensador. Assumindo que agimos racionalmente, a simples existência de criminalidade é um indício que o crime compensa para aqueles que o praticam. Caso não compensasse, não teria porque o criminoso se arriscar.

É justamente uma equação de risco-retorno que um criminoso faz antes de cometer um crime. O retorno é o quanto ele conseguirá financeiramente cometendo o crime. O risco é a probabilidade de ser pego e uma vez preso, a expectativa de se permanecer na cadeia.

Quanto maior o retorno e menor o risco, mais compensador é o crime. Isso explica as altas taxas de criminalidade do Brasil. No país, o crime pode ser considerado uma atividade de baixo risco. Os criminosos dificilmente cumprem integralmente suas penas se e quando são pegos.

A quadrilha que furtou 21 veículos em Pinhal certamente considerava a possibilidade de ser presa. Não é possível não imaginar que se pode ser preso ao roubar tantos carros em uma cidade pequena como Pinhal. Mas o grupo de criminosos também dava como certo que uma vez presos, eles ficariam temporariamente encarcerados. Não tenho atualizações, mas segunda a última edição do jornal A Cidade, a quadrilha já deve estar em liberdade numa hora dessas. Você tem certeza que seu carro está na garagem neste momento?

Inoperância compensa?

Sim. O caso do aterro sanitário da cidade mostra que governar sem planejamento, sem iniciativa e sem responsabilidade não deve trazer prejuízo algum aos governantes e seus assessores. Caso corressem algum risco de perda de emprego ou mandato, os responsáveis na prefeitura pela situação do aterro não deixariam a questão chegar ao ponto que chegou.

A proposta de Serra para o governo federal vale para Pinhal: é necessário estatizar a administração municipal. Pois ela não demonstra servir aos interesses públicos ou não se mostra capaz de fazê-lo. Até quando o prefeito vai esperar para realizar uma avaliação de desempenho de seu secretariado para perceber que muita coisa precisa e pode ser melhorada em seu governo.

Tenho a crença que o prefeito quis se reeleger por motivos bem mais nobres e públicos do que simplesmente para engordar sua pensão vitalícia.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

O Contran quer causar acidentes

Coluna publicada no A Cidade, em 5 de junho de 2010

Semana retrasada foi noticiado que o Conselho Nacional de Transito, o Contran, lançou campanha sobre a obrigatoriedade do uso de cadeirinhas de segurança em carros para as crianças de até sete anos. A resolução do próprio Contran terá um efeito prático previsível: o aumento de acidentes graves ou fatais com crianças. Isso mesmo. A obrigatoriedade de cadeirinhas de segurança trará mais insegurança ao trânsito e às crianças.

Isto é esperado devido ao incentivo que as pessoas possuem de serem menos cautelosas quando elas se sentem seguras. Ou seja, uma vez obrigado a prender seus filhos em cadeirinhas, as pessoas terão certeza de que elas estarão sempre seguras, logo não precisarão mais ser tão cautelosas na condução dos veículos. É o ambiente propício para o aumento de acidentes. Parece improvável, mas é uma reação natural do ser humano. Em economia, esta atitude é chamada de risco moral.

Para provar meu argumento, proponho um experimento ou exercício mental. Para não fugir muito do tema, o experimento também envolverá carros. O desafio será transportar duas latas de tinta no banco de trás do automóvel de um lado ao outro da cidade no menor tempo possível. Sujar o banco com tinta implica desclassificação. As latas devem ser transportadas uma de cada vez. Uma será transportada com tampa e a outra sem tampa. Dado que não se pode derramar tinta, em qual das duas situações as pessoas irão conduzir o carro com mais cuidado? É claro que será na situação com a lata de tinta aberta.

A tampa da lata de tinta do experimento é a cadeirinha de segurança que o Contran nos obriga a usar. O mesmo acontece com cintos de segurança e airbags. Quanto maior a sensação de segurança, maior a probabilidade das pessoas se envolverem em acidentes. Itens de segurança funcionam como um incentivo à imprudência. O melhor incentivo às atitudes prudentes seria uma série de itens de "ameaça" e não de segurança. Imaginem como seria o trânsito se ao invés de cinto de segurança as pessoas fossem obrigadas a dirigir com uma lança sobre o volante apontada para seus respectivos peitos.

Quem quer vender um carro bom?

Coluna a ser publicada no jornal A Cidade, em 19 de junho de 2010

Você já comprou um carro usado? Pela quantidade de estacionamentos e concessionárias de carro em Pinhal, eu imagino que muita gente na cidade já tenha comprado pelo menos um carro usado na vida. Pois bem, para aqueles que já tenham feito isso, foi comum encontrarem problemas no carro, não? Digo isso, pois em teoria, a probabilidade de se encontrar um carro usado de boa qualidade é muito pequena.

A explicação é a seguinte: vamos supor que no mercado existem proprietários de carros bons e de carros ruins desejando vendê-los. Os únicos que conseguem saber se o carro é bom ou ruim são seus respectivos proprietários. Os compradores não conseguem fazer a distinção entre um carro bom e um ruim, seja por ignorância ou por conta dos defeitos dos carros estarem muito bem acobertados.

Esta falta de informação sobre a qualidade do automóvel faz o comprador ficar propenso a pagar por um carro usado somente um preço médio ponderado, entre os preços-justos de um carro bom e de um ruim. Por exemplo, os compradores possuem a percepção que metade dos carros no mercado é de boa qualidade, mas a outra metade é ruim e eles custam R$ 30 mil e R$ 10 mil, respectivamente. Como eles não sabem distinguir um do outro, eles ofertarão apenas R$ 20 mil por carro (média ponderada de R$ 30 mil e $ 10 mil).

Com uma oferta de R$ 20 mil, o proprietário do carro de boa qualidade não vai querer fazer negócio, pois ele sabe que o carro dele é bom e que ele vale R$ 30 mil. Já para o proprietário do carro ruim é um bom negócio aceitar os R$ 20 mil, pois ele sabe que o carro dele vale R$ 10 mil.
Ou seja, o mercado será invadido por ofertantes de carros de má qualidade, pois os de boa qualidade não terão interesse de entrar no mercado aos preços ofertados. Logo, carro usado que esteja a venda vira sinônimo de carro ruim neste modelo.

Em economia esta situação se deve as chamadas imperfeições de mercado, que no caso são duas: (i) assimetria de informação, que é a divisão desigual de informações entre os agentes – o vendedor conhece melhor o produto do que o comprador. E (ii) seleção adversa, que no caso é refletida na predominância de automóveis com atributos indesejáveis no mercado.

Acredite ou não, estas idéias, com este mesmo exemplo, estão presentes em um artigo acadêmico de 13 páginas que rendeu ao seu autor, George Akerlof, o Prêmio Nobel de Economia de 2001. As idéias se fundamentam em uma duvida natural que deve (ou ao menos deveria) permear toda negociação que é a “se ele quer vender tal coisa, porque eu devo comprá-la?”.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Álbum da Copa

Coluna publicada no jornal A Cidade, em 15 de maio de 2010

Assim como em 2006, o álbum da Copa de 2010 virou uma febre nacional. Isso não é diferente em Pinhal, como apontou o AC algumas semanas atrás. Estive recentemente em um domingo na cidade e fui trocar figurinhas na praça com meu afilhado -para o meu álbum e para o dele também. Minha primeira surpresa foi a quantidade de pessoas que estavam lá trocando as figuras, mas outra coisa que me chamou a atenção foi a existência de pessoas com quantidades enormes de figuras repetidas.

Estas pessoas com grandes quantidades de repetidas não souberam investir no álbum. O investimento máximo necessário para se completar o álbum é de exatos R$ 96. O que equivale a 128 pacotinhos de cinco cromos resultando nas 640 estampas que fazem parte do álbum. Com este investimento, garante-se que o número de repetidas obtidas equivalerá ao número de figuras faltantes no álbum. Ou seja, fazendo trocas na proporção um pra um, completa-se o álbum. O mercado se ajusta. Assim prevê a teoria econômica.

Para que esta situação ocorra, a teoria assume que os mercados são perfeitos e seus agentes, racionais. Credito o sobreinvestimento de um colecionador de figurinhas da Copa a falhas em ambas as premissas da teoria. Por mais que muitas pessoas e figurinhas vão à praça nas manhãs de domingo, creio que a quantidade de "mercadoria" e agentes não seja suficiente para um ajuste perfeito de mercado. E também creio que alguns destes agentes não sejam racionais no processo de aquisição de pacotinhos, querendo disputar algum tipo de status por obter um grande número de repetidas ou simplesmente ignorando a possibilidade de trocas. Mas também muitos outros agentes são levados a sobreinvestir em decorrência da primeira falha de mercado: como o mercado não se ajusta perfeitamente, é necessário comprar mais pacotes para elevar as possibilidades de troca.

Destas falhas de mercado do álbum da Copa derivam outras como o chamado poder de mercado: o sujeito com um monte muito grande de figurinhas pode concorrer de forma desigual com os demais ao oferecer, nas trocas, um número maior de cromos por uma mesma figura. E as pessoas que estão quase completando o álbum também tendem a "pagar mais caro" por suas estampas faltantes do que aquelas que estão começando o álbum.

Aproveitando-se destas falhas e voltando ao conceito de investimento necessário no álbum, é possível gastar menos deR$ 96 e completar mesmo assim o álbum. Bastaria adotar uma estratégia de cambiar figurinhas somente com aqueles que pagam caro por elas. Nem que seja para trocar uma repetida por figuras que a pessoa já possui, mas que fará suas possibilidades de troca aumentarem sem a necessidade de compra de mais pacotinhos. Neste caso, o sujeito estaria gerando valor no mercado de figurinhas da Copa.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Um mercado para o silêncio

Coluna publicada no A Cidade, em 17 de abril de 2010

Parece haver um verdadeiro embate na cidade entre os silenciosos e os barulhentos. Já foram feitas manifestações públicas a favor e contra uma lei de tranquilidade pública. Ambos os lados em conflito dizem representar a maioria da população. Mas como saber de qual lado a maioria realmente está?

Em um ambiente desses, como os vereadores da cidade irão amparar suas decisões se desejarem refletir o anseio da população?

Fazer um projeto que simplesmente proíba carros de som e festas ao ar livre significa partir da premissa de que todos possuem direito ao silêncio. Tenho dificuldades para me convencer da validade desta premissa. Considero-a um tanto quanto autoritária para um regime democrático de direito.

A disputa entre silenciosos e barulhentos existe porque o silêncio -e o barulho também- é um estado da natureza que atinge a todos uniformemente e sem que ninguém tenha que pagar por ele: é grátis. Ou seja, é um típico bem público. O problema dos bens públicos é que como niguém precisa e nem deseja pagar por eles, não há incentivos também para alguém fornecê-los. E, neste caso, se justifica uma intervenção do estado para regulamentar esta oferta ou mesmo criar uma oferta de um bem público.

No caso da lei da tranquilidade pública de Pinhal, seria bem mais interessante se ela fosse capaz de regulamentar as atividades barulhentas, mas ao mesmo tempo criasse mecanismos de mercado para a solução do problema.

Um exemplo seria a lei limitar a oferta dos servicos de carros de som na cidade, mas também criar um mecanismo de leilão para a comercialização dos anúncios publicitários nestes veículos. O leilão seria disputado entre os anunciantes e aqueles que desejam o silêncio na cidade.

Se o anunciante fizer a melhor oferta de preço, o carro de som sai às ruas fazendo barulho. No caso dos defensores da tranqulidade urbana terem uma melhor oferta de preço aos donos dos carros de som, eles pagariam estes comerciantes para manterem seus carros na garagem.
Desta forma, tanto o barulho quanto o silêncio passariam a ser precificados e poderiam, com isso, ser comprados. O grupo que hoje é a favor da tranquilidade urbana se revelaria -mostrando seu verdadeiro contingente- e teria a oportunidade de adquirir aquilo que eles julgam ser de seu direito. O mesmo seria válido para os anunciantes que hoje já se manifestam desta forma: ou seja, eles já pagam pelo direito que eles têm de fazer barulho.

Se o silêncio for algo realmente valioso para um grupo de pessoas, ele não deve valer menos do que um anúncio de carro de som de Pinhal.

Um outro mecanismo de mercado similar a este para a solução do problema da tranquilidade urbana poderia ser a criação de um mercado de créditos de decibéis, a exemplo do que existe hoje com os créditos de carbono. Os agentes que tipicamente fazem barulho passariam a ser remunerados para cada decibel a menos emitido em relação ao que eles emitem atualmente. Mas quem pagaria por esses decibéis poupados? O mais justo, como no caso dos leilões, seria os mais afetados pelo barulho pagarem por isso.

sábado, 3 de abril de 2010

Ciclos políticos e econômicos

Coluna publicada no jornal A Cidade, em 3 de abril de 2010

Algumas semanas atrás, recebi uma mensagem eletrônica pelo telefone de um político da região. Imagino que a mensagem deve ter batido altos papos com secretárias eletrônicas, sinais de fax e curiosos como eu. A mensagem era pra anunciar a publicação de um relatório das atividades do referido político. Basicamente o telefonema era pra fazer propaganda da propaganda política.

O episódio me fez lembrar como um ano eleitoral movimenta alguns setores econômicos do país. Isto acontece mais claramente e diretamente nos setores de gráficas, de serviços de propaganda e marketing e publicações de periódicos, como este jornal.

Os impactos econômicos de um evento de eleição não são corriqueiros, tanto que existem estudos sobre assunto e que correlacionam os ciclos econômicos com os ciclos políticos. De forma mais ampla, esta linha de estudos não só aborda estes efeitos mais diretos na economia, mas também consideram as políticas macroeconômicas e setoriais dos governos que tentam se reeleger ou elegerem seus sucessores.

O anúncio do PAC 2, que ocorreu na última segunda-feira, é só uma das facetas que evidenciam esta influência do calendário político sobre a economia. O aumento dos investimentos públicos, nestas épocas, tende a causar inclusive distorções nos mercados e desabastecimento de alguns produtos. Uma preocupação corrente do setor de construção é a garantia de fornecimento de asfalto. Neste ano talvez seja necessário importar asfalto no Brasil, pois a Petrobras, única fornecedora do produto, não terá condições de abastecer toda a demanda que se projeta para as obras de infraestrutura do país.

Por outro lado, a depender do cenário eleitoral, alguns setores da economia podem contrair seus investimentos previstos com receio de eventuais instabilidades políticas do futuro. Foi isso que ocorreu em 2002, quando um clima de terror se instalou nos mercados financeiros durante o período eleitoral.

Neste ano, é quase consenso que as diretrizes econômicas não serão alteradas qualquer que seja o vencedor das eleições, entre Dilma e Serra. E consensos por si só são motivos de preocupação.

segunda-feira, 22 de março de 2010

Risco-retorno do mercado de trabalho

Coluna publicada no jornal A Cidade de 20 de março de 2010

Nos investimentos financeiros vale a correlação positiva entre o risco e o retorno. Ou seja, quanto maior o risco do investimento, maior é o retorno esperado e vice-versa. Ações são investimentos mais arriscados e por isso tendem a ter maior retorno esperado, já a poupança é quase livre de risco e por isso rende relativamente menos. A lógica é simples: se algo tem um retorno financeiro muito incerto -maior risco- eu, como investidor, vou exigir e esperar receber um prêmio pelo risco de aplicar minhas economias neste ativo.

O que poucos sabem é que este conceito pode ser aplicado para muitas outras situações em nosso cotidiano, muito embora muitos já o apliquem mesmo que de forma inconsciente. Um exemplo mais típico é o caso do mercado de trabalho. Ao escolhermos onde mandar currículos ou ao escolher entre duas oportunidades que aparecem ou termos que decidir sobre mudar de emprego ou não, a análise de risco-retorno sempre pode ser aplicada.

Quando a dúvida é abrir uma empresa pequena ou trabalhar em uma empresa grande, pode-se ponderar: na empresa grande é mais garantido eu manter minha empregabilidade, mas posso levar mais tempo para evoluir na carreira e terei mais concorrentes para isso, logo é um emprego mais estável. Porém, possui retorno menor em relação ao de uma empresa pequena onde coloco minha carreira em risco por conta dos riscos inerentes à operação de um negócio pequeno, mas, por outro lado, se a companhia obtiver sucesso no mercado, ela crescerá de forma rápida assim como minha carreira - e carteira.

Outros casos são os dos empregos oferecidos no exterior, em países subdesenvolvidos ou em regiões menos desenvolvidas do Brasil. Não é à toa que as vagas que surgem para estes lugares sempre pagam mais que uma equivalente nos grandes centros. Para uma pessoa sair do conforto do grande centro, onde existem outras oportunidades, e viajar para um lugar desconhecido, com risco não só de natureza profissional, mas também riscos sociais como a violência e presença de doenças endêmicas, esta pessoa certamente exigirá um salário mais alto.

Para os que prestam concursos públicos, isto também é verdade. Investir em concurso público é investir na poupança do mercado de trabalho. O sujeito que quer virar funcionário público não possui muita ambição profissional, pois os cargos públicos, ao contrário dos privados, possuem um teto salarial. Ou seja, tem-se a garantia de estabilidade no emprego - menos risco-, porém com um limite de retorno. No mercado profissional das empresas privadas, este teto salarial não existe, tampouco a estabilidade de emprego existe.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ações de longo prazo ou apostas

Coluna publicada no jornal A Cidade de 6 de março de 2010

Na coluna desta semana volto a falar do mercado de ações. Já é amplamente divulgado que investimentos em ações são recomendados para aqueles que vislumbram retornos de longo prazo. No entanto, por mais óbvio que pareça, os investidores devem atentar para o momento do ciclo em que eles entram no mercado acionário. Ou seja, de nada adianta comprar ações em níveis de preços historicamente altos, se eles podem cair e nunca mais recuperar tais patamares. Nem mesmo o mais longevo investidor recupera seu investimento neste caso. Na história das bolsas de valores mais antigas do mundo, a de Nova Iorque e a de Londres, os picos de preços das ações tiveram intervalos de cerca de 30 anos entre um e outro -o último pico registrado foi em 1999 em ambas as bolsas. Uma explicação para ciclos tão longos pode ser o desânimo generalizado e persistente que toma conta dos investidores após uma derrocada dos preços acionários. Um estudo recente relacionou estes ciclos com a demografia. Os períodos nos quais a faixa etária dos 30 a 50 anos é mais populosa caracterizam-se por mercados em alta, pois esta é a faixa etária na qual as pessoas estão mais propensas a poupar. Quando esta geração começa a se aposentar, ela resgata suas economias -vende suas ações- e pressiona o mercado para o campo negativo.

É interessante também notar que, mesmo sendo um investimento de longo prazo, são poucos os dias que fazem a diferença na rentabilidade das aplicações em ações. Conforme notou um professor meu de mestrado, se retirarmos os cinco dias de maiores altas da bolsa de São Paulo e compararmos uma aplicação na bolsa com uma em um fundo que rende CDI, durante o período de 1999 e 2007, o investimento do CDI rende mais. Ou seja, a bolsa só "bate" o CDI neste período em virtude destes cinco dias!

Esta é uma evidência adicional de que também não vale a pena buscar ganhos de curto prazo na bolsa, tentando comprar na baixa e vender na alta nos pequenos ciclos que ocorrem. Isto é válido somente se houver tempo para uma dedicação integral no acompanhamento dos movimentos das ações. Sem esta dedicação, os investimentos de curto prazo viram loteria. E, se for para ser desta maneira, é preferível buscar rentabilidade em coisas mais lúdicas e divertidas, como as apostas esportivas. Esta semana, um colega meu conseguiu um retorno de 300%, durante o jogo do Brasil, ao apostar em eventos tão triviais como afirmar que o primeiro lance de bola parada no segundo tempo do jogo seria um lateral.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Quanto vale um diamante?

Publicado no A Cidade no dia 20 de fevereiro de 2010 e no portal Infomoney

Escrevo a coluna desta semana da Chapada Diamantina, Bahia, onde passei o carnaval. O nome da chapada vem da exploração de diamantes na região, que data do século 18 e continuou até o final do século 20. Ainda, hoje, alguns garimpeiros exploram a região mesmo que seja de forma ilegal.

Em um dos passeios pela região, um destes garimpeiros me ofereceu diamantes para comprar. Nem perguntei o preço das pedras, mas isso nos fez questionar qual o valor de um diamante. Embora seja comumente confundido, o conceito de preço é diferente do de valor. Preço é igual para todo mundo. É aquele que está marcado na etiqueta. Já o valor é individual, cada um tem uma opinião a seu respeito. Ou seja, o valor advém da percepção de cada um a respeito de quanto vale ou de quanto lhe é útil determinado bem. Para que as mercadorias sejam comercializadas, a regra básica é que o valor do bem para o consumidor seja maior ou igual ao seu preço.

Voltando à questão inicial de quanto vale um diamante, podemos dizer que o valor do diamante, por este ser um bem supérfluo, deve variar bastante de pessoa para pessoa. Mesmo sendo uma pedra rara e preciosa, um diamante provavelmente vale muito pouco para uma pessoa sozinha no deserto, por exemplo. Certamente uma água de coco deve valer mais que um diamante para esta pessoa.

Não só de pessoa para pessoa, o valor das coisas também varia através dos tempos e de lugar para lugar. O processo de precificação dos bens, portanto, não leva somente em conta o custo de produção, mas também tenta captar como um consumidor típico valoriza estes bens. Isto explica o porquê dos itens da moda serem mais caros que os tradicionais ou uma capa de chuva custar mais caro nos dias que chove.

O alto preço cobrado pelos diamantes, portanto, indica que a maioria das pessoas os valoriza bastante. Uma das explicações para isto reside em sua raridade e beleza. Eu particularmente não me convenço somente com esta explicação. Credito muito da valorização dada ao diamante ao fator cultural e psicológico criado por campanhas de marketing, no passado, dos grandes produtores de diamante. E pra você? Quanto vale um diamante?

Economia do Show de Heavy Metal

Publicado no A Cidade no dia 6 de Fevereiro de 2010

Sábado passado fui ao show do Metallica, em São Paulo. Os ingressos já estavam esgotados há semanas e na entrada do estádio dava para ver que alguns ali estavam acampados há alguns dias para garantir os melhores lugares na pista.

Na época em que foram colocados à venda, já era certo que os ingressos se esgotariam mesmo se custassem mais caro. Mas por que, então, os produtores do show não aumentaram o preço dos ingressos?

Uma explicação para essa aparente irracionalidade dos produtores reside na intenção deles de selecionar o perfil da audiência do show. Da mesma forma que algumas casas noturnas estabelecem preços astronômicos para selecionar apenas pessoas de classes sociais mais elevadas, os produtores de shows de rock querem atrair um perfil mais jovem para os shows e, por isso, não podem cobrar preços muito salgados.

O interesse dos organizadores pela audiência mais jovem está no perfil de consumo deste grupo. Os jovens, ao contrário dos adultos, possuem uma propensão maior ao consumo de camisetas, CDs e DVDs das bandas de rock. O ingresso do show, na visão dos produtores, é apenas parte do pacote que está sendo comercializado e, portanto, o preço dele não pode inviabilizar o consumo dos demais itens da cesta.

Ademais, os jovens têm disponibilidade para acamparem na porta dos estádios às vésperas dos shows conferindo publicidade e mídia à banda e a seus produtos. Adultos já não possuem tanta disposição.

Nós, economistas, gostamos de achar explicações racionais para eventos ou atitudes que, às vezes, realmente são irracionais.

Sabesp

Recebi uma carta do vereador José Gilberto Viola com material sobre o contrato e negociação da Sabesp com Pinhal. Agradeço o envio. Embora tenha restrições à proposta de municipalizar as operações de saneamento da cidade, concordo plenamente com ele quanto à necessidade de um processo licitatório para a seleção do operador. R$ 6 milhões é muito ou pouco? Eu não sei. Alguém tem condições de dizer? Eu não vi nenhum cálculo usado para balizar e justificar este valor. Alguém viu?

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Projeções

Publicada no jornal A Cidade, em 9 de Janeiro de 2010

Assim como dizia misteriosa faixa fixada no início da Avenida Barão em dezembro último: “Ele voltou...” pode-se dizer que eu também voltei. Após longo recesso, volto a escrever quinzenalmente no A Cidade. E como é típico desta época, é tempo de se fazer resoluções e projeções para o ano que se inicia.

Os economistas, assim como os meteorologistas, são muito criticados por suas projeções. Muitos confundem projeção com previsão. Previsão cabe aos astrólogos, cartomantes e outros que tentam adivinhar o futuro. Projeção é técnica. Baseado em fatos históricos, dados concretos e com aplicação de alguma metodologia faz-se a projeção de alguma coisa.

Outro dia vi um jornalista dizer estar cansado das “previsões” dos economistas que ora erram para baixo, ora erram para cima e nunca acertam seus palpites. Por mais que as projeções de analistas econômicos sejam pontuais até a segunda casa decimal, creio que nenhum acredita piamente que possa acertá-las sem desvios. As projeções, principalmente as de longo prazo, devem ser interpretadas como tendências e servem para ajudar na decisão do próximo passo a ser tomado pelos agentes econômicos. Não adianta querer exigir de um profissional algo impossível de ser feito (e este profissional tampouco pode vender algo impossível de ser entregue).

No final do dia, os constantes erros apontados pelo jornalista são, na verdade, naturais no exercício das projeções. Como errar é a norma, deve-se medir os economistas com a régua de quem erra menos. É assim que o Banco Central faz no ranqueamento das instituições e consultorias que fazem projeções econômicas. A empresa em que eu trabalho, a LCA, no final de 2008 e no auge da crise, era a única consultoria que projetava crescimento positivo do PIB para 2009. As demais eram catastróficas e diziam que seria bastante negativa a evolução da economia. Quase fomos chamados de cegos, surdos e loucos. Passou o ano e é consenso de mercado agora que de fato o PIB brasileiro terá evolução positiva. A LCA certamente errará o porcentual exato de evolução que projetava em 2008, mas os clientes da LCA que se balizaram neste número ficaram insatisfeitos com este “erro” vis-à-vis aqueles que tomaram decisões baseados em evolução negativa da economia? Certamente não.

Projeções para Pinhal

Neste espírito de se fazer projeções, aqui vão minhas projeções para Pinhal, em 2010:

- Após muita discussão, o contrato com a SABESP será assinado e surgirão muitas críticas dizendo que poderia ter sido melhor. A única saída para ter certeza de que se fez o melhor negócio e limitar o alcance das críticas é fazer uma licitação. Mas isto aparentemente nem entrou em pauta.

- Novamente a Festa do Café será um sucesso de público, a organização será um sucesso e fracasso de crítica (nunca sei em quem acreditar), as entidades dirão que saíram satisfeitas e a organização dirá que saiu insatisfeita, com prejuízo.

- Apesar de sair de pauta, o Hospital continuará com problemas financeiros.

- Os deputados que sempre nos saúdam por meio de anúncios nos jornais locais, visitarão a cidade entre julho e setembro.

- Os cafeicultores reclamarão de alguma coisa que os incomodará.

- Os repasses do Governo Federal para o Município aumentarão em relação a 2009, o que possibilitará a Prefeitura comprar novos imóveis.